"O motorista do ônibus escolar que eu ia pra escola resolveu fazer uma excursão para o Playcenter, e como os tempos eram outros (e a minha mãe não devia bater bem dos pinos) ela me deixou ir com o meu irmão mais velho, de 6 anos, eu lembro até da roupa que eu usava, uma saia plissada (é assim que escreve?) rosa com um casaquinho branco e rosa, porque naquela época São Paulo era frio (não importa se fosse verão ou inverno, toda vez que íamos pra Sampa eu ouvia essa frase). O tio da perua passou na porta de casa de manhã, no ônibus só se viam adolescentes, mas eu e o meu maninho estávamos lá.
Eles pararam no shopping Eldorado e eu e o mano ficamos no ônibus, provavelmente comendo o nosso lanchinho e depois partimos para o parque. Quando chegamos lá fomos com os mais velhos para o Trem Fantasma, que não assustava em nada, na verdade não entendi o porque de tanto grito, daí, saindo do brinquedo, eu e o meu irmão resolvemos procurar um brinquedo mais legal e, claro, não avisamos ninguém, fomos brincar em umas casinhas em miniatura que tinham por lá e depois fomos à Montanha Encantada, o brinquedo mais legal para 2 crianças pequenas e entramos e saímos umas 10 vezes, até que alguém percebeu que a gente estava sozinho, aí começa a doidera...
Primeiro levaram a gente para um lugar com um microfone que anunciava as crianças perdidas e o homem perguntou qual era o nome dos nossos pais, a gente falou e ele anunciou, aí eu avisei pra ele que os meus pais não iam ouvir porque estavam longe, mas ele disse que o microfone era muito forte e que eles com certeza iam ouvir. Nossa, aquilo me impressionou de verdade, um microfone que pode ser ouvido de outra cidade?! Eu até tampei o ouvido na hora que ele falou os nomes...
Depois eles nos levaram para a casa dos perdidos - aí eu penso na função de um designer ou de um decorador, o cara me faz uma casa de crianças perdidas que parece a casa da bruxa do João e Maria?! Entrei em pânico e comecei a chorar que nem uma desesperada, mas o meu irmão, que era mais velho e muuuito mais esperto, resolveu fugir da bruxa para procurar socorro e me prometeu que voltava logo, e eu fiquei sozinha na casa com uma moça. Aquilo parecia um pesadelo maluco, com direito a um baita susto por conta daqueles bonecos ridículos vestidos de personagem que apareceu na janela, minha relação com aqueles cabeções nunca mais foi a mesma... Até que uma hora apareceu uma mulher com uma criancinha no colo e ela falou a infeliz frase para a moça que cuidava da casa:
"Posso trocar o meu bebê?"
Te juro nessa hora eu fiquei histérica: "Como assim, trocar o bebê? Eu tenho mãe e pai! Não quero ser sua filha! Se não aguenta carregar o bebê não traz no parque!!!"
Na minha mente ela se cansou de carregar o pimpolho e foi na casinha procurar uma outra criança para ficar com ela, de preferência uma que andasse, mas eu gritei, chorei e a mulher só falava pra eu ficar calma, pois ela não ia me fazer nada. hahaha. Que confusão!
Mas o meu super brother apareceu pra me salvar, com o tio Maurício segurando a mão dele e eu fiquei feliz para sempre."
Cara, eu lembrei dessa história no Dia das Mães quando o Tutu fez uma confusão com palavras e aí tomei consciência de que a maioria dos adultos não faz muita idéia do tanto de coisas que ficam meio confusas na cabeça das crianças...na verdade a maioria nem sabe das aventuras que uma criança pode ter nas suas vidas.
Eu contei pra minha mãe essa história e ela riu muito, não fazia idéia de que essas coisas tinham acontecido com a gente e um dia eu vou ter que contar isso pro Maurício, o meu herói. hihihi
4 comentários:
Pqp... ri pra caramba!
Muito bom! Anunciar o nome dos teus pais foi foda!
Menina, eu não consegui rir dessa história . Coitadinhos!!
bjs
hahaha. Coisas q acontecem...hahaha
Bjinhos
Caramba, que história doida, digna de Alice no pais das maravilhas! Agora, o tio Mauricio é o tio do onibus? Porque se nao for a historia é bem louca mesmo!!!
Laura tem muitas dessas viagens, temos que nos policiar com o que falamos perto dela...
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