sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O que acontece quando o plano de uns não é o plano de todos?

Muitas vezes, os nossos pais fazem planos pra toda a nossa vida... pois é isso aconteceu comigo!
Bom, nesses dias eu tive uma conversa com os meus pais sobre responsabilidades e mais uma vez a questão que mais me assombra veio a tona: "Quando você vai voltar da sua aventura e tomar conta das suas coisas?". Minhas coisas?! Eu não fiz nada, ainda!
E aí vem a série de argumentos que também fazem parte da minha história de vida:
* Um dia nós temos que descansar!
* O seu pai já está ficando velho!
* Eu vou parar de trabalhar com 65 anos e só faltam 3 para isso!
O pior é que ainda querem te fazer pensar que estão sendo generosos te dando mais 3 anos para viver essa aventurazinha.
Ora pois!
Mas até que foi bom ouvir tudo isso, pois só me deu mais energia para poder mostrar o meu ponto de vista. Nessa hora eu me senti a pessoa maior do mundo, imagine você uma pigméia de 1,60m virando um gigante, pois foi o que aconteceu, e eu nem precisei levantar do sofá e nem levantar a voz, que era o que eu mais temia (por vezes o meu gênio é incontrolável!).
A conversa girou em torno da hipótese, mais que comprovada, de que nós simplesmente não queremos tomar conta de nada, o que levou os meus pais a um estado de choque que os fez ficarem quietos ( o que é um milagre!), mas com muito tato falei de coração sobre tudo o que eles já tinham nos dado e que eles nunca perceberam.
Sou eternamente grata pela confiança que eles sempre depositaram em mim e por terem me feito tão confiante a ponto de não enxergar barreiras por esse mundo, sou grata por saber que eles sempre investiram em mim, quando a minha mente perturbada, descobre mais uma faculdade ou curso que eu tenho vontade de fazer, e por nunca jogarem na minha cara as vezes em que as abondonei, porque sabem que tudo é aprendizado, e até mesmo por confiarem a mim o esforço de tantos anos de trabalho, mas o que eles me ensinarem de melhor foi que, como eles fizeram tudo, eu também tenho uma capacidade infinita de criar, trabalhar e viver com isso.
Pedi mil desculpas, mas falei que eu nunca seria uma pessoa realizada se tivesse que dar continuidade, pois sempre teria a responsabilidade de prosperar em algo do meu pai e isso pode ser cruel, pois se eu não conseguir terei que viver com essa culpa o que me deixaria uma pessoa infeliz.
Também disse o que me faria uma pessoa ainda mais feliz, que era vê-los aproveitando a vida, porque tudo o que eles fizeram lhes dá o direito de viver da melhor forma possível e principalmente, vendo o quanto a gente cresceu.
Por fim, o meu pai agradeceu por eu ser o que eu era hoje e por eu deixá-lo me conhecer.
Sim, os meus ideais são um grande patrimônio e eu espero poder dar ao meu filho!

4 comentários:

Eliane disse...

Fiquei emocionada com as suas palavras, até comentei com o Paulo, grande menina!
Eu já te disse isso, me vejo em você, aproveite as suas escolhas, viva intensamente, aproveite cada momento, isso é felicidade, poder escolher, praticar.
Um grande beijo!
Sua amiga, Eliane.

Soraya Wallau disse...

Oi Eliane, muito obrigada pelo apoio, isso tbm me fortalece. Grande bjo e me aguarde!!!

Cecilia Brandao disse...

braceciliaoi So,

Muito bonito o que escreveu. Mostra maturidade, reconhecimento do amor dos pais e acima de tudo vontade de ser grande!! Fiquei orgulhosa de ter uma maiga assim!!

beijinhos e ve se volta logo!!

Ceci

Soraya Wallau disse...

Oi Ceci, muito obrigada! Saiba q parte do meu amadurecimento vem de amizades q me acrescentam, como a sua. Grande bjo e obrigada pela amizade!