Hoje eu estou com uma saudade danada da Cynthia, minha sobrinha de 6 anos.
O Arthur nasceu um mês antes dela completar 1 ano e como eu o amamentava, quando a mãe dela não podia amamentá-la eu fui sua mãe de leite. Quando eu dava mama para o Arthur ela se sentava no meu colo e fazia uma espécie de filinha, deixando bem claro que ela seria a próxima.
Ela é do tipo de criança independente, que não passa vontade, se quer vai e pega!
Quando a Ingrid engravidou, meu irmão e ela foram morar com os meus pais, nessa época eu já estava casada e morando em São Paulo, então quando ela nasceu eles ainda estavam morando com os meus velhinhos e desde cedo ela já estava super acostumada em estar com eles. Foi ótima a vinda dessa pequena, pois deu vida nova a casa.
Depois de algum tempo o meu irmão e a Ingrid, junto da filhota foram morar sozinhos, mas depois de um tempo eles se separaram e o meu irmão voltou à casa dos meus pais e a pequenina voltou a ficar por lá nos fins-de-semana.
Ela é tão acostumada com os meus pais e os avós maternos que diz, com a maior naturalidade, que tem duas casas e não deixa a menor sombra de dúvida quanto a isso, se ela está em casa entediada, liga para a minha mãe e pede para ir para a casa dela e quando está cansada de ficar com os meus pais pede para voltar pra casa. Viaja com quem estiver indo viajar e vai para as festa a que for convidada. Eu não sei se é pelo fato de ter pais separados que ela adquiriu essa independência, mas que eu fico supresa, eu fico!
A Cynthia não é nenhuma criança fora do normal, ela apronta como ninguém e tem o dom de professora, ensina a criança que estiver por perto a aprontar e explorar tudo o que estiver supostamente fora do seu alcance. Os tempos que eu fiquei na casa dos meus pais esperando a vinda para o Canadá foi ótima, pois o meu filho era uma criança meio fora do normal, não aprontava, era meio acomodado e ela deu uma mudada nisso, ele ficou mais esperto e foi ela quem o ensinou que ficar na casa da vovó enquanto eu e o Ravi saíamos tinha suas vantagens, eles podiam aprontar sem os nossos olhos, já que a vovó era um pouco mais permissiva.
Meu instinto maternal já é bem apurado, por natureza, basta ter uma criança do lado que eu já adoto, mesmo que a mãe esteja junto, mas com ela é muito mais forte, tanto que um dia nós estávamos na casa do meu irmão, em Jaguariúna, e as crianças estavam na piscina com a minha sogra e a minha prima Beth, eu e o meu pai estávamos conversando na churrasqueira em frente, quando eu notei um movimento estranho, não tive dúvida, subi como um raio o morrinho em que a piscina fica em cima e, de roupa e tudo, pulei na piscina, a Cynthia estava se afogando, tinha tirado a boia e foi sem perceber para a parte funda, meu coração parecia que ia sair pela boca. Entrei em casa troquei de roupa e voltei para o meu posto, quando de repente notei que o Arthur não estava por lá ( raciocínio rápido), corri e me joguei de novo, a bóia que ele estava (de cintura) tinha virado e ninguém notou, nem ele, que me perguntou porquê eu estava na piscina de roupa. Não sei nem como cheguei na piscina, meu pai só disse que eu parecia um tiro, ele não entendeu nada e eu chorei pra dedéu...
O engraçado é que ela tem a maior confiança em mim e no Ravi e já fez planos de quando ela aprender a falar inglês vir morar um tempo com a gente ( hahaha), coisas de uma menininha bicho-solto! Ela combinou com o Arthur que ela vai ensiná-lo a tocar piano se ele a ensinar a falar inglês (ela já sabe barganhar), mas o mais engraçado foi o dia que ela começou a ter aulas de piano, ela virou para a minha mãe e disse que ia montar uma banda, ela ia tocar piano, o Tutu ia tocar guitarra e a Tatá (outra pequena muito amada, filha da minha prima-irmã Beth) ia tocar chocalho, já que era o único instrumento que tinha sobrado. hahaha.
Muita saudade da minha bonequinha, que eu torço com todas as minhas forças para que continue com essa saúde e inteligência.
Meus amores, em Jaguariúna