quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Sensações

Hoje está um dia de sol, lindo...um vento frio e confortável.
Eu queria muito ter um bom livro pra ler, daqueles que você depois de um tempo não consegue saber se leu ou viu um filme, tamanha familiaridade que se adquire da paisagem.
Não sei se você já leu "O velho e o mar" de Hemingway, as cores daquela estória (na minha cabeça) jamais poderão ser retratadas, são tão lindas que nem existem.
Alguns livros têm esse poder de aguçar os sentidos...
O livro "O cortiço" de Aluísio Azevedo, me lembra o cheiro de sardinha e de miséria. Esse livro, que é muito odiado por muitos em virtude do vestibular, é um dos meus preferidos justamente pelo dom que o autor tem de passar todas as impressões do lugar, mas para mim a mais marcante ainda é o cheiro.
No topo da minha lista de sensações vem o livro "Cem anos de solidão" de Gabriel García Márquez, um livro a ser degustado, pois além de te encher de sensações desconhecidas, mas que a gente quase acredita ser possível, ainda tem aquela forte impressão de casa de vó, confortável e macio...
Eu tenho uma lista enorme de livros que eu já li, mas poucos posso incluir nessa lista.
Uma coisa que eu gosto de observar num livro é onde o autor se esconde nele, onde ele fica sentado vendo aquele universo se formar.
A pouco tempo eu terminei de ler o livro "A menina que roubava livros" de Markus Zusak, um livro que da frio e vontade de gritar. Fazia um tempo que eu não lia algo tão bom. A Morte nunca me pareceu tão irônica e tão pouco cruel. Esse livro me deixou a sensação de vento no rosto, de correr até a garganta secar, de mergulhar em um rio tão frio que não se sente os dedos. Divino.
Talvez eu tenha me empolgado nas minha divagações, mas eu já disse que eu gosto de ler.
Eu ando tão carente de livros que me pego lendo embalagem de margarina, ridículo, mas é abstinência.
Bom, se alguém tiver alguma sugestão, pode mandar.

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