quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dulce Far Niente

Hoje, depois de dias lindos de Sol, a neve resolveu aparecer e veio com força total, o que me convidou a não fazer nada. Eu ando muito cansada e nervosa, canso de tanto pensar, coisas de gente ansiosa.
Algumas pessoas vêm em uma viagem o caminho, o caminho percorrido já é o prazer, já é a viagem em si, o destino é uma parte do caminho, mas para mim o destino é a viagem, o que é um defeito, perco tudo o que aconteceu de lindo no percurso, perco tempo, já que muitas vezes até se chegar ao destino se levam alguns dias. Digo isso porque com essa mudança a caminho, tenho me desgastado e deixado passar os dias por aqui, quando digo que estou tranquila e que estou aproveitando os meus últimos dias por aqui é pura enganação, estou na verdade tentando controlar esse impulso que me leva ao outro lado. Para terem uma idéia de como sou ansiosa, já escolhi a posição dos móveis que eu ainda vou comprar, já achei alguém para ficar com os móveis que não quero mais, sem nunca tê-los usado e já escolhi a tinta e pedi para pintarem as paredes da casa, Ah! também sei que já não gostei de terem pintado da cor errado um dos comodos.
Isso atrapalha a minha vida, pensa, perder tempo pensando em coisas que eu nem estou por perto e ainda ter que fazer as coisas por aqui exige muita energia...
Então hoje eu tirei o dia para não pensar em nada, para brincar com a Hannah, olhar a neve que cai lá fora, para fazer alguma coisa gostosa para comer e, bem sem compromisso, limpar alguma coisa que eu achar que deva ser limpa, mas não fazer faxina, ou limpeza trabalhosa.
Vou dedicar o meu dia de hoje à arte milenar italiana do Dulce Far Niente e quem quiser que me acompanhe!
Trilha sonora: Comer, Rezar, Amar

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Notícias do mundo de cá (5)

Ando sem ter o que escrever, não tenho feito muita coisa ultimamente.
Na verdade eu ando meio ocupada com a casa que a gente vai morar, escolhendo cor de tinta pra parede, planejando como os quartos vão ficar e ainda cuidando da casa por aqui, que sofreu uma mudança, arrumei a sala de um jeito diferente, que não ficou bonito, mas está mais prático, dividi a sala em duas e coloquei um sofa de costas pro outro, assim temos um lado com tv e outro com espaço para conversar e deixar a nenê deitada no chão.
Ando nesses dias arrumando as coisas para encaixotar, separei os livros por peso, assim eu sei quanto estou colocando em cada caixa. Eu sei que sou mega-organizada, mas também sei que no final tudo desanda, já mudei 8 vezes, essa será a 9a, mas nesse caso tem o lance do peso, então vamos tentar não desandar tanto!
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Gente a Hannah está muito grande e esperta, agora fala Mmmmammmammm, desse jeito, cheio de mmm. hahaha. Mas eu não sei se ela está me chamando, se está pedindo mamadeira ou se arrumou um jeito que gera uma reação, acho que a última alternativa é mais certeira. hahaha
O Tutu anda todo feliz com essas ondas de calor que estamos tendo e ressuscitou a bike, que está bem pequena pra ele, é até engraçado de vê-lo andando nela. Ele também tem se divertido desenhando na calçada com giz e brincado com bolinhas de sabão. Parece que ele está querendo antecipar o verão, mas eu só vou acreditar em dias quentes quando maio chegar, pois Maio é um mês que ainda tem neve, chuva e uns dias meio friozinhos.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um monte de coisas e nada demais

Oi pessoas amadas, muito obrigada por me confortarem!
Esses dias, dia 8, a Hannah fez 5 meses de muita gostosura, comecei a dar papinha para ela e adivinhem...ela amou!
Na sexta eu fiz um bolinho pra ela e pra Amandinha aqui em casa para comemorarmos o mesversário das duas piriquitinhas que nasceram no mesmo dia, mas com 2 meses de diferença. A Amandinha é a mais velha, e é engraçado ver as duas juntas, a Amanda parece bem mais esperta ativa e criança, enquanto a Hannah parece um bebezinho molinho e o mais engraçado é que quando elas fizerem 1 ano a diferença acaba. hahaha
O Tutu ficou todo feliz com a festinha, pois o Matheus veio e eles puderam brincar um monte, já que eu e a Cecília ficamos só pela cozinha papeando e eles ficaram com a casa toda pra eles.
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Estamos em clima de ida para o Brasil, o Ravi pegou umas caixas na casa da Sacha (que nos salvou!!!) e logo já começo a guardar as minhas coisas. Tenho 2 e devo comprar mais duas no próximo mês.
A idéia de caixas veio do Octavio, que veio pra cá com caixas e saibam: com caixa dá pra levar muuuuito mais coisas, a caixa é quase o dobro do tamanho das malas e não tem perda de espaço por conta da estrutura, a caixa é inteira espaço para guardar coisas, enquanto a mala tem ferragem e formato estranho. Também tem o lance do peso, a mala em si já tem um certo peso, enquanto a caixa é bem mais leve.
Fora as 4 caixas vou levar uma mala ( que faz parte do meu jogo) e o carrinho da Hannah, que também conta como bagagem. Nas caixas quero levar o máximo de coisas além de roupas e brinquedos, vou levar a minha máquina de costura, livros, algum eletrodoméstico, mesmo já tendo no Brasil, só porque os meus daqui são muito fofos e pequenininhos. Vou tentar levar algumas coisas que são meus itens de conforto. hahaha. Coisas bobas que me fazem sentir em casa. Mas no fim vou ter que ser bem cuidadosa para levar o que realmente importa.
Pena não poder levar a Ikea comigo, vou sentir muita falta dessa loja. hahahaha.
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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Medo

Gente, o fim-de-semana foi intenso, mas tudo em um único dia. No domingo fomos na piscina, eu e a Hannah ficamos na lanchonete só olhando, o Ravi e o Tutu ficaram na piscina. Enquanto eu via o Tutu sozinho na água eu fiquei com muito medo dele se afogar, mas aí vi que ele sabe nadar direitinho, o danado aprendeu.
Depois de lá, fomos no Prince's Island, daí começou a "intensidade", está vamos andando e o Tutu estava de patinete, andamos de uma ponta até a outra, daí quando chegamos na outra ponta o Tutu some, simplesmente, a gente olhou pro lado e quando olhou pra frente ele não estava mais, eu e o Ravi nos dividimos, mas sem pânico, ele não podia ter ido tão longe em tão pouco tempo.
O Ravi subiu no murinho da ponte, mas não viu nada, daí eu fui em uma direção, mas conforme andava foi me dando um medo, um medo...Dali a pouco eu vejo o Ravi, que tinha ido até o carro, do outro lado do rio e perguntei se tinha encontrado e ele nada, então eu apavorei, saí perguntando pra todos que passavam se tinham visto e ninguém viu, até que passou por mim um grupo de adolescentes rebeldes e eu perguntei pra eles e uma menina gritou pro grupo (eram uns 10 meninos e meninas de skate, bike, patins...)"O menino se perdei e a gente vai encontrar!" dividiu a galera, marcamos de falar pra ele ir me encontrar na ponte e eles saíram a procura, eu continuei desesperada, até que cheguei a conclusão de que ali era um único caminho, se ninguém viu ele não estava ali, fui na outra direção, as minhas pernas estavam bambas, eu só conseguia pensar no mural de crianças perdidas do Wal-mart, daí parei e comecei a perguntar pra todo mundo de novo indo pro outro lado.
Em dado momento eu lembrei que ele queria dar uma moeda pra um tiozinho que estava tocando violão:"E se ele encontrou uma moeda?" Bom, quando cheguei lá o tiozinho não estava mais, encontrei dois casais brasileiros e perguntei pra eles e eles saíram a procura (isso já tinham se passado 40 minutos), quando de repente a menina do grupo de garotos me chama e diz que tinha visto ele do outro lado do rio, mas quando ela chamou por ele, ele ficou com medo e fugiu.
Meu coração já estava na boca a minha mão doía de tanto que eu apertava a barra de empurrar o carrinho da Hannah, mas aí eu tive que manter a calma e pensar rápido, ele só podia ter ido na direção oposta da menina e dali só tinha uma saída, fui na direção da saída e comecei a ligar pro Ravi, quando olho do outro lado do rio o Ravi estava lá, daí falei por telefone pra ele ir por dentro que eu via a margem do rio de onde eu ia.
O Ravi encontrou o Tutu, com o olho arregalado branco e triste, na hora que eu o vi me deu uma dor, uma coisa, e ele disse: "Mamãe, eu quase chorei! Eu tava com muito medo!"
Nossa, eu nunca imaginei como era isso, eu já senti medo de morrer, de sentir dor, mas a dor de perder um filho é muito forte. De madrugada eu só pensava na música do Chico: Pedaço de Mim, e chorei muito!