terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O livro da minha vida

Eu leio muito, tenho fascínio pela leitura e não só por isso, tenho fascínio pelo livro, o objeto, adoro pegar, sentir as páginas e o cheiro de papel...

A minha lista de livros tem alguns de que me lembro, a maioria lidos no período de 10 anos, mas existem os que eu li antes e que vou me lembrando aos poucos e acrescentando à lista.

Eu aprendi a escrever com 5 anos, meu nome e mais alguma coisa, mas com essa idade foi o começo do meu amor pelas palavras, quem me ensinou a escrever foi a minha prima, meio irmã mais velha, Beth, ela me ensinou a escrever porque eu queria fazer uma cartinha pro Betinho, um menino da minha classe e que eu dizia ser meu namorado. Alguns anos depois, já sabendo ler e escrever, a Beth estava fazendo cursinho e chegou em casa com o material e contou que estava lendo Dom Casmurro, estava toda empolgada e eu fiquei fascinada, me deu a maior vontade de ler algum livro de autor famoso e importante, saber porquê são tão lidos. Esse foi o princípio do meu amor por livros e a madrinha é a Beth (acho que nem ela sabia a importância que tem nessa parte da minha vida!).
O livro da minha vida é O Cortiço, de Aluizio Azevedo, esse livro eu li, provavelmente, quando estava na 7a série e foi tão marcante que acabou virando um livro de cabeceira. Um livro que sempre leio quando nada parece ser interessante, e sinto como se tivesse voltando no tempo.
O lugar, o cortiço, é o ponto central da estória, um elemento vivo, que dorme, acorda, dança e pulsa, tudo através de personagens, que nós vamos conhecendo e nos envolvendo, como se estivéssemos espionando, ou como se fôssemos alguém que ninguém nota que está presente. Durante as minhas leituras me vejo como uma das pessoas batucando para Rita Baiana dançar, ou uma lavadeira, ou alguém que está na cozinha vendo Bertoleza fritar sardinhas.

A riqueza de descrições, para mim, é algo de suma importância em um livro, pois gosto de me transportar para o universo do livro, e esse é campeão.

Sinto nesse livro, algo de melancólico, mesmo sabendo que ele tem um cunho político, naturalista, tratando de assuntos delicados da época. É um livro que me faz viajar no tempo e me coloca em um lugar de vida, com pessoas simples, vulgares e instintivas, quase animais, mas que por isso são mais humanas.


Espero ter conseguido explicar sobre o meu livro!

7 comentários:

Criska disse...

Eu tbm gostei muito do O Cortiço. Vc já leu "Olhais os Lírios dos Campos", do Érico Veríssimo? Nunca um livro me fez chorar tanto...

O Lacombe disse...

Soraya,
adorei o post! tambem sou fascinado pelo objeto livro e pelas palavras. Vai ser uma das separacoes dificeis quando for pro canada: deixar minha pequena biblioteca.
Tambem gosto muito do O Cortico. Li na escola e depois reli quando estava na faculdade de arquitetura.
Grande beijo

Soraya Wallau disse...

Oi Gente!!! Não li o Olhai, mas tenho a maior vontade de ler, quem sabe qnd for ao Brasil eu não traga...
Pois é Octávio, mas pode vir aqui q eu tenho um monte de livros em português!
Bjão procês!

Elisabeth Klimeika disse...

Estou positivamente surpresa!!
Não sabia que fui fonte de inspiração para a minha inspiradora.
auahuhauhuhua
Também adoro o cheiro dos livros,e embora tenha aprendido a apreciar a leitura na tela do monitor, nada é se compara a sentar no banco da praça, na areia da praia ou encostar no tronco de uma árvore e saborear o gosto de uma leitura ao ar livre.
Acho que essa é a verdadeira magia dos livros.

Cristiane Marino disse...

Olá eu também li esse livro e assisti o filme, adoreiiii!

ÓTIMA ESCOLHA!

Parabéns!

Beijos

Anônimo disse...

Soraia,

Está sendo maravilhoso participar desta coletiva, porque quando já conhecemos o livro, nos interessamos pela forma como o blogueiro o descreve.

"O Cortiço" não foi o livro que elegi, mas eu também sou apaixonaddo por ele. As cenas que Azevedo pinta ainda retratam a atualidade. Ou seja, "o Cortiço" é uma obra atemporal.

Sonhos melodias disse...

Oi Soraya,
Como é bom ler não? Acho que não saberia viver sem livros. Seu livro escolhido é ótimo! Fico contente quando vejo que autores brasileiros são degustados e apreciados. A grande maioria das pessoas preferem lixo estrangeiro a pegar um bom autor brasileiro. Valeu!
Bjs